domingo, 11 de maio de 2008

Eu quero uma casa no campo...








A Elis também sofria do terrivel antogonismo da necessidade de presença e ausencia. Ela também queria uma casa no campo, queria compor rock's rurais, um lugar pra plantar somente os amigos, discos e livros. Acho que isso é o paraiso, o tão sonhado paraiso... Proclamado, prometido e até comercializado por inumeras pessoas e religiões. O paraiso é o lugar onde nos sentimos bem, onde nada nos aflige e tudo e todos que gostamos estão sempre presentes. Mas será que lá, lá no paraiso, esses nossos amigos, esses nosssos discos e esses nosssos livros dirão só o que nós gostamos e nos agrada ou eles também terão liberdade de dizer e sentir o que bem quiserem. Aqui, na minha casa, no meu locus sacer eu já posso ter todos os elementos que compõe meu paraiso. E porque então ele não se realiza. Será que é por que meus amigos se movem e falam? Por que meus livros gritam comigo e meus discos teimam em me dizer verdades que eu não quero ouvir.
Queria ter comigo o presente sempre ausente, quero ter como companhia a saudade de tudo o que já vivi e que hoje são momentos congelados na minha cabeça, que é o universo de mim. Saudade não é exatamente isso?...A incrivel e misteriosa presença do ausente? Ai sim a vida é paradisiaca....Quando eu vou buscar meus amigos, discos e livros no momento que eu quero e como eu os quero. Egoismo? Não acho que não. Gosto mais do termo sinceridade! Afinal quem de vocês que me lê agora não gostaria de ter um controle remoto universal, como aquele do filme click, pra parar, adiantar e voltar cenas do grande espetáculo que é a nossa vida. Espetaculo onde nem sempre mocinhos são mocinhos, bandidos são bandidos, beijos arrancam suspiros e fazem o final ser feliz.

Sabio Renato Russo....

O livro dos dias
Ausente o encanto antes cultivado
Percebo o mecanismo indiferente
Que teima em resgatar sem confiança
A essência do delito então sagrado
Meu coração não quer deixar
Meu corpo descansar
E teu desejo inverso é velho amigo
Já que o tenho sempre a meu lado
Hoje então aceitas pelo nome
O que perfeito entregas mas é tarde
Só daria certo aos dois que tentam
Se ainda embriagado pela fome
Exatos teu perdão e tua idade
O indulto a ti tomasse como bênção
Não esconda tristeza de mim
Todos se afastam quando o mundo está errado
Quando o que temos é um catálogo de erros
Quando precisamos de carinho
Força e cuidado
Este é o livro das flores
Este é o livro do destino
Este é o livro de nossos dias
Este é o dia de nossos amores

2 comentários:

vende-se apetite disse...

É engraçado, esses dias msm estive pensando e até escrevi sobre um vilarejo que se tornou meu paraíso. Lugar onde não sinto falta de mim mesma.
Tbm percebo que toda presença não preenche, e a ausência é encontro!

Unknown disse...

adorei...
falando em livro disso e dakilo
valeu pela indicação do livro a escola com que smpre sonhei sem imaginar q pudesse existir !!
vlw
"pensar é transgredir, parar de pensar nem pensar"
bjo
samara