terça-feira, 26 de agosto de 2008

 

Um coração ainda pulsa

 

Hoje elas me visitaram

Brincaram em minha face

Espalharam um sabor nostalgico sobre ela

Acariciaram-me, como que para agradar

E disseram que ficariam por muito tempo

Marotas e intrusas chamaram compania

Primeiro achegou-se ele:

Altivo

Com ar de arrogancia

O desespero invadiu-me

Depois, ocupando todo o espaço existente

veio a angustia

Sufocante

Negra como os urubus

Ahh........................

Pesada

Mortal...

 

Por fim, chegou ele...

Imponente

Majestoso...

Levado como uma criança...

Sábio como um ancião!

O riso veio anunciando que estou vivo

Sim, vivo!

 

Vivo! Por que sei sentir

Vivo! Porque ainda sei chorar

sábado, 23 de agosto de 2008

Deus qui nóis ajude

Estou perplexo com o que acabei de ver e ouvir. Meus olhos e ouvidos entraram em profunda crise entre o desejo de existir e o medo de passar por tal circunstância novamente.
Acabaram de entrar na minha casa, no recôndito e escondido lar em que habito, os candidatos a vereador das eleições ponta-grossenses 2008. Vieram pelo ar, qual aves de rapina alucinadas por sua presa suculenta, gorda e apetitosa. Vomitaram sobre mim toda a sorte de barbáries, "ogrocisses", infameis frases de sonoridade duvidosa tanto quanto a índole e a alfabetização dos que a pronunciam.
O pior de tudo isso é que não invadiram meu abrigo anti-aéreo, eu os convidei para entrar, eu apertei um mágico botão que os tele transportou até aqui. Esse mesmo botão se acionado mais uma vez poderia mandá-los pra bem longe, para aquele lugar que todos sabemos onde fica, mas que não convém que pronunciemos e muito menos que digitemos. Mas não o fiz. Hipnotizei-me diante deles! Perplexo, assustado, desesperado pelas coisas que ouvia e via fiquei na vã tentativa de ainda haver algo que fizesse valer a pena e que me tirasse daquele estado de hipnose e tensão. Mas, nada de novo no céu de Ponta Grossa, os minutos iam passando, e assim como o nariz do trabalhador do cortume também meus olhos e ouvidos iam acostumando-se com aquilo que é a metáfora do que produzimos em nossas latrinas. Uma visão e audição fétida, nauseante e de um poder alucinógeno incomensurável. Quando me dei conta eu ria, ria como alguém movido pelo efeito do THC. Ria por acreditar que o que via era uma alucinação e que não, eu não serei obrigado a escolher um dentre eles pra me representar e clamar por mim minhas necessidades.
Palavras saiam quais mísseis da TV, e eu já não podia defender-me, e sempre que era atingido o riso me saia mais frouxo, alto e alucinado. “Não aceite o que não é visto, vote no previsto”. “Eu tenho três (3) propostas: Saúde, educação, esporte e lazer” e assim ia. Expressões amórficas, entonações sem sentido, olhares vitrificados, piadas infames, propostas absurdas e toda sorte de idiotices que um ser humano possa tolerar.
Ai me pergunto: votar em quê? Teremos que fazer a crucial escolha do mal menor? Abster-se? Gritar? Ou nos unirmos a eles e nos tornarmos macacos circenses já que por estes somos representados??? Parem por favor, isso dói!!!!
Como disse um deles: “Deus qui nóis ajude”!

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

"-?"

E o ponto de interrogação

que me sai de intrometido;

entra no meio da frase

e deixa tudo sem sentido.

Kamila Babiuk


Desculpa Kamila, mas não resisti, são raras as coisas não minhas que publico aqui, mas essa é perfeita d+ pra não ser amplamente divulgada!!!!

DEVOLVA-ME

Quem me roubou as letras?

Quem me roubou os sonhos?

Quem me roubou a dor de viver?

Quem me roubou????

DEVOLVA-ME

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Des Com Passo

Que laços me prendem a teus passos

Que passos te guiam agora



Que hora eles a trarão

Pra mim...

... Tão seu

Que já não sei se sou

Ou apenas passo...

... Descompasso