domingo, 28 de dezembro de 2008
A ponta
Na ponta majestosa da montanha
E em nós aponta
A consolidação de uma amizade
De anos sem conta.
Paulo Hejel
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Sonho de Dédalo
E eu
Num salto
Me dou conta
Que sempre posso
V O A R
M A I S
A L T O
Paulo Hejel
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Devaneios
Aperto minha alegria
Um deserto me consome
Como alento,
Meu equilibrio é que some.
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Mistérios de Mulher
Útil, inútil, símbolo fútil
Oh bolsa! Quantos mistérios há em ti
sábado, 6 de setembro de 2008
Ah! Que vontade de alegria
Já dizia o magno poeta:
"...Os livros sabem de tudo.
Já sabem deste dilema.
Só não sabem que, no fundo,
ler não passa de uma lenda."
Hoje nada me parece naturalmente belo. O clima corroborou para que meu mundo fosse me jogado às vistas. Ou minhas vistas só enchergam em certas condições climáticas? Não sei, só sei que hoje parei pra pensar as verdades e os vazios.
Hoje conversei comigo como há muito não conversava, com o corpo semi repousado sobre o peso do existir e a alegria da possibilidade de não ser, me pus a pensar. Um lampejo de dor e uma certeza da sua constância, talvez a única constância que realmente tenho e a única coisa que me faz real compania, me tomou no braços e me ninou. Me contou calma e friamente que todos anseamos por um abraço, nascemos e corremos para ele... o abraço da morte. Que é como o dia frio e chuvoso, que obriga a todos a esconder-se, encolher-se e sentir-se impotentes. Abandonados a própria sorte. Mas um abraço gostoso, acalentador e calmo.
Hoje me dei conta que existo, e que a certeza do existir é não existir.
terça-feira, 26 de agosto de 2008
Um coração ainda pulsa
Hoje elas me visitaram
Brincaram em minha face
Espalharam um sabor nostalgico sobre ela
Acariciaram-me, como que para agradar
E disseram que ficariam por muito tempo
Marotas e intrusas chamaram compania
Primeiro achegou-se ele:
Altivo
Com ar de arrogancia
O desespero invadiu-me
Depois, ocupando todo o espaço existente
veio a angustia
Sufocante
Negra como os urubus
Ahh........................
Pesada
Mortal...
Por fim, chegou ele...
Imponente
Majestoso...
Levado como uma criança...
Sábio como um ancião!
O riso veio anunciando que estou vivo
Sim, vivo!
Vivo! Por que sei sentir
Vivo! Porque ainda sei chorar
sábado, 23 de agosto de 2008
Deus qui nóis ajude
Acabaram de entrar na minha casa, no recôndito e escondido lar em que habito, os candidatos a vereador das eleições ponta-grossenses 2008. Vieram pelo ar, qual aves de rapina alucinadas por sua presa suculenta, gorda e apetitosa. Vomitaram sobre mim toda a sorte de barbáries, "ogrocisses", infameis frases de sonoridade duvidosa tanto quanto a índole e a alfabetização dos que a pronunciam.
O pior de tudo isso é que não invadiram meu abrigo anti-aéreo, eu os convidei para entrar, eu apertei um mágico botão que os tele transportou até aqui. Esse mesmo botão se acionado mais uma vez poderia mandá-los pra bem longe, para aquele lugar que todos sabemos onde fica, mas que não convém que pronunciemos e muito menos que digitemos. Mas não o fiz. Hipnotizei-me diante deles! Perplexo, assustado, desesperado pelas coisas que ouvia e via fiquei na vã tentativa de ainda haver algo que fizesse valer a pena e que me tirasse daquele estado de hipnose e tensão. Mas, nada de novo no céu de Ponta Grossa, os minutos iam passando, e assim como o nariz do trabalhador do cortume também meus olhos e ouvidos iam acostumando-se com aquilo que é a metáfora do que produzimos em nossas latrinas. Uma visão e audição fétida, nauseante e de um poder alucinógeno incomensurável. Quando me dei conta eu ria, ria como alguém movido pelo efeito do THC. Ria por acreditar que o que via era uma alucinação e que não, eu não serei obrigado a escolher um dentre eles pra me representar e clamar por mim minhas necessidades.
Palavras saiam quais mísseis da TV, e eu já não podia defender-me, e sempre que era atingido o riso me saia mais frouxo, alto e alucinado. “Não aceite o que não é visto, vote no previsto”. “Eu tenho três (3) propostas: Saúde, educação, esporte e lazer” e assim ia. Expressões amórficas, entonações sem sentido, olhares vitrificados, piadas infames, propostas absurdas e toda sorte de idiotices que um ser humano possa tolerar.
Ai me pergunto: votar em quê? Teremos que fazer a crucial escolha do mal menor? Abster-se? Gritar? Ou nos unirmos a eles e nos tornarmos macacos circenses já que por estes somos representados??? Parem por favor, isso dói!!!!
Como disse um deles: “Deus qui nóis ajude”!
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
"-?"
que me sai de intrometido;
entra no meio da frase
e deixa tudo sem sentido.
Kamila Babiuk
Desculpa Kamila, mas não resisti, são raras as coisas não minhas que publico aqui, mas essa é perfeita d+ pra não ser amplamente divulgada!!!!
DEVOLVA-ME
Quem me roubou os sonhos?
Quem me roubou a dor de viver?
Quem me roubou????
DEVOLVA-ME
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Des Com Passo
Que passos te guiam agora
Que hora eles a trarão
Pra mim...
... Tão seu
Que já não sei se sou
Ou apenas passo...
... Descompasso
quarta-feira, 30 de julho de 2008
Vai Vida Vulnerável...
Vida! Virtude Velada, Vaga Viagem.
Vai Virando, Vai Vento Vacilante.
Vai Vida, Vagueando, Vulnerável, Veloz.
Vai, Ex-Vai.
sábado, 26 de julho de 2008
domingo, 29 de junho de 2008
Domingo
quinta-feira, 26 de junho de 2008
Risos de Beleza
Alimenta em mim o riso e o choro
Faz cócegas em minha alma
A arte me acalma
A arte me acalma
Faz cócegas em minha alma
Alimenta em mim o riso e o choro
Traz companhia em meio ao abandono
Paulo Hejel
sábado, 21 de junho de 2008
As mãos da solidão
Os teus braços ninam meu coração
Suas mãos suaves, mais que a chuva
Me tomam, me levam, me entorpecem...
Como é doce dormir em ti, meiga solidão
quarta-feira, 18 de junho de 2008
Noites frias são ótimas amantes
quinta-feira, 29 de maio de 2008
Saúde mental - Rubem Alves
Esse cara é o melhor do mundo!!!!
terça-feira, 27 de maio de 2008
Demonios da madrugada!!!
Que leve passa
Passa e leva
Uma leva de insanidades.....
Paulo Hejel
Bobeiras da noite, noites inteiras, pensando bobagens, bebendo besteiras!!!!!
domingo, 25 de maio de 2008
Eu queria dizer...mas ele disse por mim!!!!
Raul dos Santos Seixas
terça-feira, 13 de maio de 2008
A Flor e a Nausea
Mas não tem como, isso é transcendental....indiscritivel....
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A Flor e a Náusea
Preso à minha classe e a algumas roupas,
Vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias espreitam-me.
Devo seguir até o enjôo?
Posso, sem armas, revoltar-me'?
Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre fundem-se no mesmo impasse.
Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase.
Vomitar esse tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam para casa.
Estão menos livres mas levam jornais
e soletram o mundo, sabendo que o perdem.
Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa.
Os ferozes padeiros do mal.
Os ferozes leiteiros do mal.
Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo e dou a poucos uma esperança mínima.
Uma flor nasceu na rua! Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios, garanto que uma flor nasceu.
Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.
Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.
Carlos Drumond de Andrade
domingo, 11 de maio de 2008
Eu quero uma casa no campo...
Queria ter comigo o presente sempre ausente, quero ter como companhia a saudade de tudo o que já vivi e que hoje são momentos congelados na minha cabeça, que é o universo de mim. Saudade não é exatamente isso?...A incrivel e misteriosa presença do ausente? Ai sim a vida é paradisiaca....Quando eu vou buscar meus amigos, discos e livros no momento que eu quero e como eu os quero. Egoismo? Não acho que não. Gosto mais do termo sinceridade! Afinal quem de vocês que me lê agora não gostaria de ter um controle remoto universal, como aquele do filme click, pra parar, adiantar e voltar cenas do grande espetáculo que é a nossa vida. Espetaculo onde nem sempre mocinhos são mocinhos, bandidos são bandidos, beijos arrancam suspiros e fazem o final ser feliz.
Sabio Renato Russo....
O livro dos dias
Ausente o encanto antes cultivado
Percebo o mecanismo indiferente
Que teima em resgatar sem confiança
A essência do delito então sagrado
Meu coração não quer deixar
Meu corpo descansar
E teu desejo inverso é velho amigo
Já que o tenho sempre a meu lado
Hoje então aceitas pelo nome
O que perfeito entregas mas é tarde
Só daria certo aos dois que tentam
Se ainda embriagado pela fome
Exatos teu perdão e tua idade
O indulto a ti tomasse como bênção
Não esconda tristeza de mim
Todos se afastam quando o mundo está errado
Quando o que temos é um catálogo de erros
Quando precisamos de carinho
Força e cuidado
Este é o livro das flores
Este é o livro do destino
Este é o livro de nossos dias
Este é o dia de nossos amores
quinta-feira, 1 de maio de 2008
Quero Algo Mais....
Olha meu irmão Vamos passear
(Algo Mais - Os Mutantes)
quarta-feira, 30 de abril de 2008
terça-feira, 29 de abril de 2008
Um misto de amor e dor invade o peito e estremece as entranhas dos seres escolhidos para hospedar a genialidade. Escolhidos não por um designo divino ou pelas sutis linhas do destino, mas, escolhidos pelos devaneios da tirana vida que, de quando em quando, resolve brincar com pessoas e arrancar delas o que de mais profundo a raça humana pode possuir. Arranca-lhes a essência, o âmago, o útero gerador de vida para si e para os outros. Como já disse um dia um desses gênios, “Pois eu fui puxado a ferro, arrancado do útero materno, e apanhei pra poder chorar.” (Quando Eu Morri - Raul Seixas) Esse arrebatamento da genialidade sempre envolve os elementos primordiais, tão antagônicos e sempre tão unidos, que por força da irracionalidade podem ser uma coisa só. AMOR e DOR. Palavras curtas e simples, com significados tão profundos e tão loucos. Residência de devaneios, suspiros e tragédias. Até que chegam aqueles dias e momentos que parecem eternos, em que a gente só quer dormir cedo pra noite passar depressa e não poder nos agarrar. Noites de garras de aço, que nos cortam em mil pedaços... e no outro dia temos que nos remendar. Esse é o nosso mundo, nem feio, nem ruim, muito menos insuportável Apenas nosso! Presente da louca vida, sempre presenteando com sua loucura os seus escolhidos. Gênios sempre mal compreendidos, principalmente pelos seus e em seu tempo. Seres que oscilam entre os malditos e os inocentes. Seres sufocados pela incompreensão. Que gritam como gritava Cazuza: “Me deixem amolar e esmurrar a faca cega, cega da paixão... Não escondam suas crianças não, e nem chamem o sindico, nem chamem a policia, nem chamem nenhum hospício não, eu não posso causar mal nenhum a não ser a mim mesmo, e não ser a mim.” (Mal Nenhum - Cazuza). Gênios ou loucos, ou gênios loucos. Isso não interessa, interessa que são pessoas que preferiram “Explodir, à queimar aos poucos” (Janis Joplin), e que por isso deixaram atrás de si um rastro eterno e de uma profundidade inalcançável, apenas “intuível” . Afinal, precisamos ser loucos ou gênios ou gênios loucos para intuir as sensações que tiveram os grandes nomes da genialidade mundial. (ver Leminski) Como sentir prazer ao ouvir Beethoven (não os grunhidos do cão, mas a melodia do gênio) se também nós, assim como ele, não tivermos as nossas oscilações entre a docilidade e a agressividade? Por isso que acredito que “nós os malucos vamos lutar pra nesse estado continuar nunca sensatos nem condizentes, mas parecendo super contententes... (...) vamos incertos pelo caminho, nos comportando estranhos no ninho... (...) Mais todo mundo que é genial nunca é descrito como normal.” (Hino dos Malucos - Rita Lee). E como disse mais um desses loucos/gênios, Salvador Dali, “eu vou ser tão breve que na verdade já terminei”.